terça-feira, 24 de março de 2015

Visita pastoral do bispo em Paraty

A alegria de estar no meio do povo 

Visita de pastoreio. Assim nosso bispo diocesano define os oito dias que passou em Paraty, em contato com as comunidades, encontrando e deixando-se encontrar por seu povo. É a terceira vez, em 15 anos como bispo, que dom José Ubiratan nos visita por um tempo tão longo. Para ele, representou a alegria de sentir o cheiro do povo. Para nós, a satisfação de ouvir a voz do pastor, acolhedora e repleta de sabedoria.
Não poderia haver hora mais propícia. Estamos em plena Quaresma, orientados pela Campanha da Fraternidade, e festejamos os 15 anos de seu bispado. Aqui, dom Ubiratan nos fala sobre esses temas e nos ensina o caminho para vivermos a nossa fé nos dias de hoje, tão conturbados.Visita de pastoreio. Assim nosso bispo diocesano define os oito dias que passou em Paraty, em contato com as comunidades, encontrando e deixando-se encontrar por seu povo. É a terceira vez, em 15 anos como bispo, que dom José Ubiratan nos visita por um tempo tão longo. Para ele, representou a alegria de sentir o cheiro do povo. Para nós, a satisfação de ouvir a voz do pastor, acolhedora e repleta de sabedoria.
Não poderia haver hora mais propícia. Estamos em plena Quaresma, orientados pela Campanha da Fraternidade, e festejamos os 15 anos de seu bispado. Aqui, dom Ubiratan nos fala sobre esses temas e nos ensina o caminho para vivermos a nossa fé nos dias de hoje, tão conturbados.
O Direito Canônico, que rege a Igreja, pede que o bispo temporariamente visite todas as paroquias da sua diocese. Como ela é tão vasta, dom Ubiratan realiza a visita por etapas. Uma semana aqui, outra ali. E agora foi a vez da paróquia Nossa Senhora dos Remédios de Paraty.
Uma visita pastoral - diz ele - é mais longa. O bispo não vem para uma missa, uma palestra, uma crisma, mas se demora junto às comunidades que integram a paróquia.
- Estive com as comunidades, movimentos, fui ao asilo, tive encontro com o Conselho Administrativo, com representantes das diversas comunidades na igreja de São Francisco. Assim, esta visita é uma oportunidade para o bispo conhecer o seu povo, de estar com seu rebanho. E o bispo como pastor traz as orientações que considera necessárias para as pastorais. É importante também porque o povo tem a oportunidade de estar com o seu bispo. Um período de integração entre o pastoreio.
O objetivo é sempre animar, estimular as comunidades para que caminhem unidas, na comunhão com a Igreja, faze-las perseverantes na fé, na vivência cristã da palavra de Deus e ainda torna-las solidárias e participativas - explica.
- Eu sempre digo que uma paroquia é feita com a soma e a ajuda e cooperação de todos. Cada um à sua maneira vai servir a Igreja, a sua comunidade. Os dons do Espírito Santo, as funções pastorais e os movimentos são diversos, mas uma comunidade é feita da soma dos esforços e da participação de cada um, de cada grupo. Ninguém está na Igreja para concorrer com ninguém. Igreja não é lugar de disputa, mas de serviço, de partilha e também de esforços. Nós temos que aprender a somar esforços, somando com os dons que cada um recebeu do Espírito Santo.
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Cada comunidade tem sua característica. Dom Ubiratan encontrou-se com comunidades antigas e outras nascentes. “Visitei uma em que quatro famílias se reúnem para um circulo bíblico... e é assim que se começa. Porque a comunidade é feita da base, ali são colocadas as sementes para que possam crescer e amanhã tornarem-se ativas", esclarece, vendo aí sua missão: encorajar as pessoas para que sejam perseverantes.
- Pode ser uma comunidade mais antiga ou mais recente, todas precisam ser incentivadas, valorizadas, encorajadas. É desta forma que a Igreja caminha. O importante é que ali esteja presente a Palavra de Deus, a Eucaristia, a Igreja. É a fé que constrói a comunidade e a faz crescer.
Cada visita resulta num relatório, que é depois enviado ao pároco. Uma cópia fica na Cúria, outra na paroquia. No relatório, dom Ubiratan faz uma avaliação da visita, adiantando para nós seu parecer: - Encontrei comunidades participativas, maiores, menores, nascentes, com fervor e vida de fé muito grande e, sobretudo um desejo de crescer no conhecimento da Palavra de Deus. Vi a igreja São Francisco cheia num dia de formação. Pessoas de comunidades distantes vindo de ônibus à noite, com a sede de aprender. Eu sempre digo que os leigos são os protagonistas da Igreja, que confia na sua participação. E é preciso cuidar da formação dos leigos, seja na catequese, nas pastorais, nos movimentos.
Dom Ubiratan enfatiza o esforço dos sacerdotes - padres Roberto e Milton e o seminarista Luis Carlos - para cuidar de uma paroquia que inclui 30 comunidades. "Encontrei uma paroquia muito ativa, muito viva e atuante" - continua: - Vejo, sobretudo, a preocupação do padre Roberto. Quanta coisa ele já realizou na conservação e restauração das obras históricas das igrejas. Incrível como ele tem coragem e esforça-se por fazer. Visitei no Sertão do Taquari a Igreja de São Vicente de Paulo, muito bem montada e a igreja de são Francisco que também é nova. Padre Roberto tem muita iniciativa, sobretudo nessa parte administrativa, quer na conservação das obras históricas como na construção de novas igrejas.
COMUNIDADE SÃO JOSÉ - ILHA DAS COBRAS (2)
Na hora de voltar para casa, dom Ubiratan deixa uma mensagem para as comunidades de toda diocese: - A primeira missão da Igreja é evangelizar, anunciar o Evangelho e ensinar o povo a ser discípulo e missionário de Jesus Cristo. Não só os padres e o bispo, mas também os leigos têm que aprender a serem missionários... a serem ativos nas suas comunidades, na catequese, nos círculos bíblicos, nas visitas nas casas. Com a soma de todos vamos construir uma igreja discípula e também missionaria de Jesus Cristo, uma Igreja viva...
O bispo reconhece que atravessamos tempos difíceis, quando o Brasil vem sendo governado pela desonestidade, pela corrupção, pela omissão do Judiciário.
- Não sou eu que estou dizendo isto, mas é o que vemos nos noticiários e o que sentimos. Passamos por um momento caótico. Mas não é isto que Deus quer para o nosso povo. A Igreja trabalha com a evangelização, mas a missão da Igreja é também ser servidora da nação. Nós precisamos ser cristãos, mas também pessoas que amam a Pátria, que vivam o patriotismo. Devemos amar o nosso Brasil, querer o progresso do país. Deus é da partilha e da Justiça e quer que vençamos tudo isso. Então precisamos rezar muito nesse momento e jamais aplaudir a desonestidade, que desagrada a Deus. Em primeiro lugar, falo para o povo dessa paróquia e para toda a diocese. Que nós não aplaudamos a desonestidade. Ela não vem de Deus. Temos que trabalhar pela Justiça, pelo progresso de todos. E a desonestidade vai causando feridas graves dentro da sociedade.
A campanha da fraternidade, segundo dom Ubiratan, vem nos ajudar nesse propósito, a partir do slogan "Igreja e Sociedade". É quando a Igreja e a nação devem trabalhar juntas para o bem comum.
- É a figura da Igreja servidora que veio não para ser servida, mas para servir. Então ela procura servir nas mais diversas dimensões e é por isso que é importante que a Igreja e a Sociedade unam suas mãos para o bem comum, o progresso. A igreja não tem a intenção de substituir o Estado, não é sua missão. O que temos que fazer é unir nossas forças e trabalharmos de mãos dadas para o bem comum da Sociedade. Que coisa mais bonita! E o lema da Campanha da Fraternidade "Eu vim para servir" destaca a missão de Jesus. Ele não veio para tirar proveito de ninguém, para explorar ninguém, não veio para ser servido. Ele veio exclusivamente para servir. Jesus entrega sua vida na cruz para servir o mundo, servir a sociedade. Assim, a missão da igreja é ser servidora. Então é muito bom quando as duas forças se unem, a Igreja faz a sua parte e o Estado faz a parte dele, de mãos dadas trabalhando por uma causa comum.

Fonte: Mara Bernardes - PASCOM PARATY

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